Hoje vamos relembrar a entrevista que os meninos deram ao programa Fantástico da Rede Globo.
Pedro e Thiago: DNA do sucesso
O Brasil ouvia quando Leandro e Leonardo pediam para cantar - e agora, quem atendeu o chamado foi o filho de Leandro, Thiago, e o de Leonardo, Pedro. Parece um caminho natural para dois meninos que cresceram cercados por música, mas a história é outra...
Fantástico: “- Vocês nunca tinham nem brincado com a idéia?”
Thiago “- Ah, eu até pensava, mas meu pai falava que não, que tinha uma vida muito cansativa, que não tinha hora para comer. Ele falou, não, não quero que você siga essa carreira não”.
Pedro “- Eu queria aprender a tocar violão e meu pai viajava, e eu sempre: ah, me ensina? E ele: ah não dá, tem que fazer não sei o quê. Aí, entrei na aula junto com o Thiago.”
Fantástico: “- O quanto que você falava: não dá tempo mesmo, ou você queria poupar, assim como o Leandro, queria poupar o Thiago, queria poupar ele dessa vida?”
Leonardo: “- Não, porque eu quis que ele aprendesse a tocar com uma pessoa que toca melhor que eu, né?”
Fantástico: “A modéstia é emocionante”. Leonardo: “Não, porque se eu ensinar para ele o que eu sei... Coitado, ele não vai passar do “atirei o pau no gato"
Esse é o clima da família no estúdio: alto astral. A ausência de Leandro, claro, é sentida. Mas o tio de Pedro e pai de Thiago está sempre ali: a própria semelhança física entre Leandro e seu filho não deixa a gente esquecer dele. E quanto à voz, as explicações vão além da genética.
Com o Leonardo por perto, é praticamente impossível falar a sério com os meninos. As brincadeiras não param - e isso é um bom sinal: sinal de que a dor da perda de Leandro, se não exatamente já passou (porque essas coisas, não passam mesmo...), pelo menos está guardada num lugar que não tira desses meninos a alegria de cantar.
Em junho de 1998, o clima era outro: o Brasil perdia um ídolo. Pedro perdia um tio querido. Leonardo, seu irmão e companheiro. Mas Thiago perdia o pai. A ausência do cantor quase que pedia uma continuidade, mas era cedo pra pensar em cantar.
“Logo quando aconteceu tudo aquilo com o Leandro, o povo quis que eles já cantassem, que já gravassem. Mas nós achamos que não era a hora certa”, conta Leonardo.
Foram dias de muita emoção, onde tudo aconteceu muito depressa. Rápido: semanas antes da morte de Leandro, recebendo no aeroporto o pai que chegava de uns exames nos Estados Unidos, Thiago só pedia uma coisa: “Para rezar muito e para continuar rezando porque tudo vai dar certo”.
Com a rapidez que a doença tirou a vida do cantor, o filho mal teve tempo de falar tudo que queria ao pai. Agora Thiago faz sua homenagem.
“A música que eu estou gravando para ele, a homenagem a ele, que é do Alessandro, é tudo que eu queria passar e não consegui”, se emociona Thiago. “Ela fala da saudade que eu sinto do meu pai, da companhia que o pai fazia pra ele”, completa.
Na música, a história se repete. Com exceção dessa primeira faixa de trabalho, Thiago faz a segunda voz para Pedro. A nova geração entra na carreira com vontade.
